07/05/2021

Como deixar a brincadeira na cama elástica mais segura

Por mais que sejam brinquedos super divertidos e usados por crianças de todas as idades, a cama elástica, o pula-pula e o trampolim podem apresentar alguns perigos.

Então podemos nos perguntar: “o brinquedo é perigoso por ele mesmo ou é o mau uso que o torna perigoso?”

Sim, ele é um brinquedo que contém riscos e, sim, as pessoas fazem mau uso dele. Mas esses riscos podem ser evitados com alguns cuidados simples. Confira neste artigo.

Quais os riscos da cama elástica?
Que tipos de lesões podem ocorrer na cama elástica?
O que fazer para prevenir um acidente?

Quais os riscos da cama elástica?Quais os riscos da cama elástica

Há riscos inerentes ao aparelho, como a falta de acolchoamento, de telas de proteção, de capas para as cordoalhas que esticam a lona, ou mesmo a presença de telas muito baixas ou frágeis.

Muitos desses riscos potenciais estão sendo corrigidos pelos fabricantes, mas ainda é possível encontrar um ou outro brinquedo fora do padrão exigido por lei.

Ainda assim, a maior parte dos problemas, com certeza, está no mau uso. Poderíamos destacar as falhas de instalação e a falta de manutenção: redes e telas rasgadas, peças enferrujadas ou com superfícies salientes, conexões frouxas ou soltas, instalação em superfícies inadequadas (pisos duros ou a instalação do brinquedo muito próximo às paredes ou ao teto). 

Você tem esse brinquedo em casa? Quantas vezes você inspecionou ele neste ano? Você observa o estado de conservação do aparelho antes de deixar as crianças brincarem? 

Outro problema é a maneira como as pessoas utilizam o aparelho. Por vezes, há muitas crianças pulando ao mesmo tempo, crianças de idades e pesos diferentes, tentativas de cambalhotas ou piruetas, excesso de energia, uso de calçados durante a prática e tudo o que uma criança pode imaginar. 

Mesmo que tenhamos oferecido a educação mais rigorosa possível, elas sempre nos surpreendem, não é verdade?

Que tipos de lesões podem ocorrer na cama elástica?Que tipos de lesões podem ocorrer na cama elástica?

Algumas pessoas podem pensar que é exagero, por isso vou trazer alguns dados estatísticos. Em 2014, nos Estados Unidos, foram relatadas mais de 100.000 ocorrências envolvendo camas elásticas, isso sem falar nas muitas que nem são registradas. 

No Brasil, infelizmente, temos poucos dados para comparar, mas pela minha prática do dia a dia, acredito que também estejamos com um nível elevado de ocorrências. 

Até há pouco tempo, a maioria esmagadora dos problemas ocorria em casa, mas os índices de acidentes que ocorrem em ambientes supostamente seguros, como parques e casas de festas, está aumentando e já chega a 30% dos casos. 

E a maioria das lesões ocorre por mau uso: falha na aterrissagem dos saltos, seguida pelas quedas para fora do aparelho, colisão com outro participante, com as barras de proteção e com obstáculos.

Os traumas variam desde torções até fraturas expostas. Em alguns casos, pode haver lesões na coluna cervical, especialmente, naquelas pessoas que querem fazer cambalhotas ou “mortais”. 

O local mais comum de fratura é o antebraço, seguido pelo cotovelo e os ossos da perna. Incluindo todos os tipos de trauma, os membros inferiores são mais acometidos que os superiores. 

Nos adultos, a entorse (luxação) de tornozelo é a lesão mais comum. A necessidade de tratamentos cirúrgicos pode chegar a 10% dos casos.

Se o seu pequeno tiver algum acidente com a cama elástica ou outros brinquedos, o profissional correto para cuidar dele é o ortopedista pediátrico.

O que fazer para prevenir um acidente?

      • Inspecionar os componentes e a instalação do equipamento ou cobrar a manutenção do responsável por ele. 
      • Instalar o brinquedo próximo ao chão, para evitar uma queda de um lugar mais alto. A superfície deve ser plana e, de preferência, que amorteça a queda, como grama ou acolchoamentos. 
      • Contar sempre com a supervisão de um adulto e orientar todas as crianças sobre a melhor maneira de brincar. Com crianças menores de seis anos, o cuidado deve ser redobrado, pois elas ainda estão aprendendo a lidar com o equilíbrio e o esqueleto delas é mais frágil. 
      • Evitar o uso por múltiplas crianças ao mesmo tempo. Essa é uma regra difícil de controlar, mas o ideal seria uma criança por vez.
      • Repreender e nunca encorajar as crianças a fazerem cambalhotas ou “saltos mortais”, pelo risco de lesão da coluna cervical. Como o próprio nome diz, eles podem ser mortais ou causar um prejuízo grande à saúde da criança.
      • Restringir o acesso ao aparelho ou desmontá-lo após o uso, para evitar que as crianças possam usá-lo sem supervisão. 

Se todos esses aspectos forem respeitados, o brinquedo e a brincadeira serão saudáveis e com riscos muito menores. 

O que vocês acham? Já tiveram alguma experiência desagradável com a cama elástica? Comentem!

Se tiverem qualquer dúvida sobre a segurança e o desenvolvimento saudável dos seus pequenos, acesse: Amare Pediatria.

POR Dr. Diogo H. B. Kussakawa Ortopedia
CRM: 020894 | RQE: 15514
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