05/03/2020

Uso de telas e internet por crianças e adolescentes

Crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos tecnológicos como: tablets, smartphones, notebooks, entre outros, usados em casa, nas creches, em escolas ou até em restaurantes, ônibus, carros, sempre com o objetivo de fazer com que a ‘criança fique quietinha’, 

Isto é denominado de distração passiva, o que é muito diferente do brincar ativamente, um direito universal e temporal de todas as crianças e adolescentes.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por bebês: “O olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias”.

Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem têm sido frequentes em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados. 

Os principais problemas de saúde para crianças e adolescentes incluem:

  • Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas;
  • Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;
  • Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;
  • Transtornos do sono;
  • Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;
  • Sedentarismo e falta da prática de exercícios
  • Bullying e cyberbullying
  • Transtornos da imagem corporal e da auto-estima
  • Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual e estupro virtual
  • Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio
  • Aumento da violência, abusos e fatalidades
  • Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador
  • Problemas auditivos e PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído)
  • Transtornos posturais e músculo-esqueléticos
  • Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas.

As orientações aos pais incluem:

  • Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade (nem passivamente!);
  • Crianças com idades entre 2 e 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão;
  • Crianças com idades entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 2 horas/dia, sempre com supervisão;
  • Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando;
  • Não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam; estimular o uso nos locais comuns da casa;
  • Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma hora antes de dormir;
  • Oferecer alternativas com atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão;
  • Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas, por quaisquer motivos;
  • Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
  • Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados. Saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores.

Fonte: Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde. Sociedade Brasileira de Pediatria, dezembro de 2019.

POR Patrícia Furukawa Enfermeira e consultora em aleitamento materno, sono e cuidados com o bebê.

COREN: 118748