Crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos tecnológicos como: tablets, smartphones, notebooks, entre outros, usados em casa, nas creches, em escolas ou até em restaurantes, ônibus, carros, sempre com o objetivo de fazer com que a ‘criança fique quietinha’,
Isto é denominado de distração passiva, o que é muito diferente do brincar ativamente, um direito universal e temporal de todas as crianças e adolescentes.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por bebês: “O olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias”.
Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem têm sido frequentes em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados.
Os principais problemas de saúde para crianças e adolescentes incluem:
- Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas;
- Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;
- Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;
- Transtornos do sono;
- Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;
- Sedentarismo e falta da prática de exercícios
- Bullying e cyberbullying
- Transtornos da imagem corporal e da auto-estima
- Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual e estupro virtual
- Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio
- Aumento da violência, abusos e fatalidades
- Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador
- Problemas auditivos e PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído)
- Transtornos posturais e músculo-esqueléticos
- Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas.
As orientações aos pais incluem:
- Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade (nem passivamente!);
- Crianças com idades entre 2 e 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão;
- Crianças com idades entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 2 horas/dia, sempre com supervisão;
- Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando;
- Não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam; estimular o uso nos locais comuns da casa;
- Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma hora antes de dormir;
- Oferecer alternativas com atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão;
- Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas, por quaisquer motivos;
- Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
- Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados. Saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores.
Fonte: Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde. Sociedade Brasileira de Pediatria, dezembro de 2019.