O desenvolvimento do bebê vai acontecendo por etapas, que correspondem a períodos do crescimento e da vida, em geral. Cada uma dessas fases têm suas próprias características e ritmos.
No período denominado de primeira infância (que vai do nascimento até os 2 anos de idade) ocorrem as maiores e mais rápidas modificações no desenvolvimento da criança. Ao nascer, o bebê está totalmente dependente, mas ao final de seu primeiro ano de vida já dá os primeiros passos e adquire mobilidade e habilidades de manipulação que lhe permitem explorar o meio ambiente.
Gradativamente, os ritmos de sono, alimentação e excreção também vão se estabelecendo. O mesmo acontece com a aquisição da linguagem, que se inicia pelas trocas sonoras e vai evoluindo até a criança poder falar.
Para os bebês, o primeiro ano de vida é um turbilhão de novas descobertas e, portanto, de amadurecimento neurológico. Nessa fase, presenciamos os chamados picos de desenvolvimento, que são fases da vida em que há uma aquisição mais intensa e acelerada de uma ou mais habilidades. Ele assimila uma situação e pode entrar em desequilíbrio, até que consiga se adaptar às novas mudanças.
Em geral, esses momentos são acompanhados de alterações no sono, no apetite e no comportamento, como uma necessidade maior de colo e mamadas para que ele se sinta seguro.
Esse período tem tempo incerto, podendo ser dias ou semanas. Porém, é importante ter em mente que ao final dele o bebê terá aprendido coisas novas, como sorrir, sentar ou engatinhar.
Junto a isso, o bebê também passa pelos chamados picos de crescimento, que se caracterizam por um crescimento físico mais acelerado em determinados períodos, como se fossem pequenos estirões de peso e estatura. Nessas fases, o bebê também pode apresentar alterações no sono e no apetite.
É importante o acompanhamento regular com um Pediatra nessas fases, para fazer uma avaliação da saúde do bebê e para ter certeza de que está tudo bem e que seu crescimento está adequado.
No entanto, não há motivo para desespero, necessidade de medicamento ou fórmula para contornar a situação. As únicas recomendações envolvem afeto e compreensão dos pais.
É necessário um ambiente saudável e acolhedor nesse momento. É importante ter tranquilidade e conhecimento de que o bebê está bem e que, ao final dessa crise, ele terá aprendido algo novo e muito importante para o seu desenvolvimento!
Tatiane R. Migliorini
Pediatra e Neonatologista
RQE 17919/ 24516
CRM PR 29.238
Fontes:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. https://www.spdm.org.br/saude/noticias/item/2672-descobrindo-o-bebe
SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria – Ana Márcia Guimarães Alves, integrante do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria. https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2016/08/meu-filho-esta-em-crise-como-lidar-com-as-fases-mais-conturbadas-do-desenvolvimento-do-bebe-7183094.html