24/11/2017

Quais fatores podem interferir na amamentação?

O que parecia tão natural de repente tem sido um desafio para mamães e bebês. Embora toda mulher tenha a capacidade em amamentar, algumas apresentam dificuldades logo nas primeiras semanas de maternidade.

Atraso na descida do leite, bebê que não suga direito, rachaduras nos mamilos: todos os problemas têm soluções.

Por que podem ocorrer essas dificuldades com relação à amamentação?

Uma das respostas está na maneira como tem ocorrido o nascimento dos bebês.

Na natureza, todo filhote tem um comportamento programado e instintivo de buscar a mama por uma questão de sobrevivência.

A mãe, por sua vez, responde de maneira instintiva de proteger e alimentar sua cria.

No entanto, quando essa sequência natural é interrompida, a mãe rejeita a cria ou a cria fica confusa, não conseguindo sobreviver sem ajuda.

Em nosso meio, interferências são comuns, comprometendo o processo natural, dentre elas:

Anestesia e medicamentos:

Em alguns casos, as mães estão “ressacadas” ou anestesiadas e, por consequência, os bebês estão pouco responsivos, dificultando o estado de alerta e a sucção.

Bebês e mães separados durante o nascimento:

Separar a mãe do bebê durante o nascimento pode comprometer a relação.

Estes bebês apresentam reflexos de sucção e busca por alimentos diminuídos ou atrasados.

Episiotomia:

A episiotomia faz com que a mãe não tenha um posicionamento adequado para amamentar, além da dor.

Prematuridade:

O bebê que nasce antes de estar preparado para o nascimento apresenta os reflexos de sucção diminuídos.

Longos períodos de indução do trabalho de parto:

O trabalho de parto longo também comprometem o reflexo de sucção do bebê.

Além disso, feitos mecânicos como retirada abrupta do bebê via cesárea, parto vaginal com fórceps ou vacuoextrator, podem lesionar nervos cranianos. Dentre eles o hipoglosso, nervo que controla o movimento da língua, muito importante do processo de sucção.

A aspiração de vias aéreas também deve ser feita com cuidado, pois pode provocar aversão oral, comprometimento da orofaringe e alterações sensoriais.

É claro que em algumas situações as intervenções se fazem necessárias para se prevenir ou evitar complicações para o bebê e/ou para a mãe.

Mas ter sempre em mente que grande parte das intervenções podem afetar a amamentação permite que as mães entendam que é necessário paciência e persistência, além de orientações e manejo adequado.

Dra. Patrícia de O. Furukawa – Enfermeira – Coren/PR: 118748

Joeci Coelho – Enfermeira – COREN/PR: 80226

POR Patrícia Furukawa Enfermeira e consultora em aleitamento materno, sono e cuidados com o bebê.

COREN: 118748
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